Alma que mira o horizonte e se perde em seu destino sem desejos, sem direção já nem se aflige um coração que pulsa sem mais estar, bateu asas em busca do brilho, enquanto o seu mundo escureceu... sonho que não mais viaja, diante da lua à brilhar, a sua realidade é a de que sequer a melancolia nela, ainda encontra lugar. Não sente a falta de quando permitia a sua alma viajar na leveza da poesia, ou de fugir por aí, livre para a sua vida ressaltar, sabendo para onde ir.
Tudo é do jeito que tem que ser, tem coisas que é difícil enfrentar, outras coisas podemos somente ouvir, sem nada mais poder dizer. Ao deparar-se no ápice da existência, não é tão simples quanto se perder num caminho, ou uma situação absurda talvez, na qual se espera encontrar a saída... fase em que até o cheiro do café passado na hora, antes prazeroso, incomoda, onde a vida é só uma vida, terminado seu estágio, futuro? _ Resta só o agora.
Os seus sonhos se foram com eles as fases da lua, sem saudade do que foi vivido ou do que não viveu, e da mão que insiste em acenar um adeus, faz lembrar apenas dum amor que o tempo não cicatrizou, mas que na infinda distância se perdeu, porque a maior distância não é a de espaço físico, mas de alma, que sozinha atravessa o seu deserto, estranho é que quanto mais longe ficas, mais te sinto aqui tão perto... pois em mim, vives, para te amar, não há distância que impeça.