As estações da alma.
A alma voa, deixando por onde passa... os seus rastros em forma de poesia.
Textos

 

 

 

P e n u m b r a

 

Às vezes a minha alma não dorme, e me perco pela noite silenciosa, rumo à discrição das estrelas, em sintonia, os meus olhos piscam sutilmente como querendo encontrar o devido sossego, voo por horas para longe de tudo, saio de mim, sequer tento retornar, mas já não sinto medo.

 

Na leveza...

 

sem ser fuga, sinto a vida, sinto os ventos na brisa da noite o ar puro do fundo do meu quintal, gosto da penumbra, retorno, imaginando onde estarão descansando os passarinhos que o meu entardecer enfeitaram e adoçaram os meus ouvidos com seus cantos... e encantaram o meu olhar.

 

Daqui a pouco chegará outra de tantas manhãs, eles, os passarinhos, cedo me despertarão com gritinhos, ao levantar-me, em cada flor caída ao chão, com compaixão lamentarei, e a minha alma desperta, mundo à fora sairá, como nos velhos tempos de quando ainda menina um futuro para além, eu ia buscar.

 

Sai o sol, o banho sob seus raios que me chama à realidade, antes preciso me distrair nas asas duma borboleta que apressada passa, e me pede pra eu seguir.

 

-Vá! - Ela diz. Vou...

 

ciente de que as palavras por mais que tentem, não traduzirão um amor, pois o amor é um mistério, é um troféu que não pertence ao sonhador, pois este nasceu somente para sonhar, eu sendo apenas alguém que existe, mas ao chão nunca irei aterrisar, vivo sem saber se quero chegar, ou me perder em algum beco.

 

Eu preciso encontrar as palavras certas, para dizer quem eu sou. Porém no caminho do meu eu, até as páginas em branco, eu sempre me perco.

 

Liduina do Nascimento

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Enviado por Liduina do Nascimento em 13/11/2023
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