Um dia desses o tempo veio me dizer que iria me presentear
com àquilo que eu mais desejei, fui assistindo o passar das horas,
por noites. Dia após dia, segui... é que ainda estou à esperar.
- Estou?
- Não estou, eu já não espero muito da vida, durmo e amanheço
sem acreditar muito na esperança, mas, vou, sem me desesperar.
Não deixo de olhar o mundo, nem a minha alma perde a vontade
de voar!
Uma parada aqui, outra acolá, pensamentos livres, livres!
Tantos céus que eu posso alcançar, e os meus olhos dançam,
os felinos espreitam os passarinhos, restos de sonhos,
em suas asas se prendem, em seus voos, toda a minha inspiração,
para assim continuar, mesmo sem ter um ninho.
Com eles agarro em cada galhinho da árvore, sinto os ventos,
tento esquecer... ao chão uma florzinha feliz se banha, à beira
dum lago, sob o sol, águas límpidas refletindo os seus raios
encandeando os devaneios meus, em nada mais presto atenção.
Sinto um amor pulsando em mim, mas pela esperança, há muito
perdi a paixão._ Tempo, peço... não perca as horas comigo,
deixe me ir, vou consciente que nessa vida tudo é uma ilusão.
Simples detalhe, a alegria; ainda estou viva, é aí que eu sinto tanto,
sinto o mal distante do meu coração...
as folhas secas vão passando, elas se desmanchando,
feito os sonhos que alimentei, os frutos amadurecem,
sofre sobre o papel de carta, um amor que desenhei.
E na mesma folha em branco, findo de um jeito que nem sei,.