Os dias
A nova manhã já esqueceu a angústia da insônia na madrugada, e vai com os ventos tangendo as folhas que fogem dos dias futuros, deles, não sabemos, velozmente elas correm sem saber da felicidade, misturam-se na festa da vida, distraindo-se feito criança, com qualquer bobagem... ao longe no alto, ele ainda canta, ou será que chora!?
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Do alto, ele não desiste, assiste o movimento inocente das nuvens que não se cansam, e aos poucos já animam o entardecer, e as folhas continuam a rodopiar... Dentro dos olhos da vida, no nada, ressurge o tom do entardecer. Restou acolá, ainda, um outro que se isolou do bando, somente ele ficou, nem foi ou voltou, continuou cantando, tentando despertar alguém para a vida, porque ele sabe que só o seu canto pode alegrar.
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Os dias estão apressados, as noites mais escuras e atropeladas... Curtos estão os sonhos e sem força nas asas. E, antes que amanheça outra vez, digo que não volto, fico no meu mundo, querendo tempo para viver cada vez mais, mais longe da realidade... Meu mundo, onde até a tristeza é mais suave, a penumbra do tempo acalma. Já a realidade tem fome das horas, tem sede de sentir a liberdade, e a alma não, apenas voa livre à revelia do tempo, mas sei, errante e perdidas são as ilusões com o que a alma se alimenta.