Rascunho de estrelas
Gosto das noites sem lua, e quando as luzes se apagam, amo a escuridão, noites sem nuvens, céu escuro, noites frias, gosto de dias sem sol, deixo a melancolia chegar, pode vir! Com ela começo a conversar...
Ela me diz que viver é feito um rio, com seus barrancos, pedras, tempestades, rios rumo ao mar, e diz que o rumo é só de ida. Sem queixas... Desconheço e nem quero saber, aonde iremos chegar, pois que não definhemos de todo, antes de mais um deserto atravessar.
O nosso interior é paragem forçada, cansaço, alma em busca d'um oásis, vida, ilusão perdida. Sonhos ao léu, feito um despertar e morrer dos sonhos. Invernos e enxurradas de fantasias, discorrer do tempo, emoção do dia-a-dia,
e quando, e se a realidade nos despertar, o que de verdade para a vida, nos restaria?
Para viver, somos mesmo nostalgia, somos enchentes de palavras, letras de amor, palavras acolhidas com muita emoção, outras aos ventos perdidas, poesia com destino certo, ou incerto escrito em pétalas de flor, tudo em vão.
Versos aos ventos perdidos, encantamento, num por do sol, mas quando a noite chegar outra vez, as estrelas é o que sempre fascina... Que seja somente rascunhos de estrelas o que vejo, sou mesmo essa tola e antiga fantasia, que anima e ao mesmo tempo me confunde e a minha alma alucina noite e dia.