Estranha
Os ventos não sopram emoções,
Fico com a ilusão das noites sem mim.
Diante do meu espelho estão
as marcas do tempo... que tempo!
Não são as rugas que causam esse vazio.
Espelho... Que briga.
Que me esconde coisas esquisitas,
reconhecendo a estranha que vive
aqui, por dentro, me agoniando assim.
Estranha e livre!
Aquela que vai sem se perder, levando caminhos inesquecíveis...
guardando sempre consigo tudo o que por uma vida inteira a sua alma aqueceu
quando muito frio sentia, e quando tantas dores marcadas, ora amenizadas.
Quando nas tristes noites ele foi a sua estrela mais linda e brilhante de sonhos
e de tanto encanto!
Ele foi o seu sol, nos dias mais agonizantes... Foi e sempre será,
o amor que um dia sonhei, e agora completamente, sigo só!
A alma voa livre como jamais pensou ser um dia, abraça o seu despertar
sem medo, tendo por temor nunca poder alcançá-lo e nesse desconsolo
e consciência, sente a si mesma com intensidade, desejando voltar ao tempo
em que nem tinha essa consciência de que existia.
Estranhamente livre voa carregando por dentro seu estranho amor,
que nunca foi segredo, ele de existência abstrata, mas que em sua alma
essa existência sua causa a minha alma, uma imensa alegria.
Liduina do Nascimento