"Acalma a aflição acalenta a alma e silencia"
Liduina do Nascimento - Poesia ❤️
Textos

 

 

 

 

Pluma perdida

 

 

 

Nada para fazer lembrar, mas que fosse intenso 

os ventos sem emoções, e as noites  sem ilusões. 

Espelho quebrado... mas sem marcas de tempo, 

sem as sombras dos vãos, sem rastro de chuva, 

sem falas ou brigas... sem alma a entristecida. 

 

Coisas desperdiçadas, desejadas, bonitas, ou feias, 

largadas, sem o alarde gritante do sono aturdido. 

Sem a inocência, que habita na solidão antiga. 

Sem esse desejo de amar, esse que veio antes que

eu existisse. 

 

Que o amor permanecesse, sem que o ignorasse, 

ou que sentindo tanto! Não tanto eu o sentisse. 

Sem que me perdesse fitando estrelas pelos céus... 

O céu da minha imaginação, e incondicionalmente 

o amor só de fantasia que em mim restasse, desse 

um tanto segurança a minha alegria.

 

Que minha mão apontasse um sossegado destino, 

e que os meus passos e os meus pensamentos, 

fossem sem tanta alma e tantos sentimentos, 

que se fosse para ser um abandono, que fosse eu 

a abandonada no calor das noites quentes...

 

assim a vida feito pluma perdida, me carregasse. 

Que o tempo desse as suas voltas, e tão igual 

ele não me encontrasse, que o doce céu de estrelas, 

de um insano amor me protegesse, quando sem gosto 

de sal das lágrimas que por ti, em vão derramei

ainda derramo, restasse a certeza de que amar 

foi o meu único desengano.

 

Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 29/08/2024
Alterado em 06/09/2024
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