Sensações
Letargia,
tente aconchegar-se na noite, e em silêncio,
pense que em nossa inexistência, invisíveis
aos olhos do mundo somos. Voz não temos.
A paixão grita em solitude, o amor é o sono,
preguiçosamente deitado no alpendre vazio.
Vazio,
que é a sua própria vida. Somos quilômetros
à distância de nós mesmos, do pátio da alma
alcançamos as montanhas, cobertas de verde.
Ilusão,
às flores, damos ênfase... Das suas coloridas
pétalas espalhadas, transformamos em asas,
dos nossos frágeis sonhos. Para poder voar!?
O que poderia matar dessa alma a sua sede?
Fé,
iluminados pela luz que vem do alto, a força
do vento empurra o cheiro da relva, dá sono
e a pancada forte da porta, nos faz despertar.
Aceitação,
para percebermos que não estamos dentro,
ou fora de casa, não havia insônia, era fuga,
a relutância entre aceitar a dura realidade...
de sobreviver a duras penas, sem esse amor.
Fuja,
seu desejo, mesmo mais antigo... não irá morrer.
Largar-se em algum lugar do tempo que dança
não vai arrancar o sentimento que não tem fim.
Desilusão,
a alegria dessa louca alma ficará na lembrança
somente, pois a felicidade é uma borboleta que
voa... sem a esperança de pousar no seu jardim.
Liduina do Nascimento