Apelo
Posso enxergar você deitado no chão ao relento,
dormindo num surrado papelão...
Depois vou para casa, com minha alma ferida,
dói sabê-lo sem um cobertor, e tão desvalido.
Um desconhecido, precisando de um sorriso,
de braços para abraçar, mãos vazias,
sem uma palavra levantando o seu triste olhar.
Feito flor jogada ao vento, despetalada...
Ah a vida e suas adversidades...
No peito um coração
que se compadece pela humanidade.
E passo os meus dias assim, durante o ano inteiro,
não importa se estamos em dezembro,
É Natal!... Julho, agosto, março ou fevereiro.
Para a falta de esperança ou de consolo;
Todo gesto de amor, é motivação para aliviar o choro.
Não posso matar a sua fome, ou dar um teto.
A sua fome não é por um alimento, um vestir,
a sua alma está sem rumo, a sua tristeza é muito
mais do que um apelo, é quase um desistir!
Posso dar um sorriso, uma palavra de conforto,
fazer uma oração, protestar a seu favor,
olhar dentro dos seus olhos e lançar um olhar
de humanidade e de afeto, pouco gesto de amor.