Mundo de Ilusão e palavras
Liduina do Nascimento
Capa Meu Diário Textos Fotos Perfil Prêmios Links
Textos



R.e.p.a.g.i.n.a.n.d.o



Assim de longe, olhar um pouco você, não suaviza a saudade, os meus olhos por instantes se iluminam, a minha alma sonha, exulta, paro e depois eu penso... Penso tanto em você! Fico muito triste por este sonho perdido e sem volta, sonhar parece ôco... Lembro quando você invadiu a minha tristeza, e por algum tempo, ela partiu... Depois voltou... Depois outra e outra vez partiu, deixando comigo o amor... Lembro, veio colorir a escuridão das noites entranhadas que me levavam às correntezas dos rios, para desaguar em mares desconhecidos... Senti por alguns instantes nas velhas frações do tempo como se eu pudesse tocar as suas mãos dando forças às minhas fraquezas, dizendo as palavras que eu nem sabia que queria ouvir, mas eu ouvi, me fazia à vida voltar, de amar não desisti.


E a sua imagem conseguia preencher os vazios que só o meu passado sabia de verdade as dores, traduzir. Vazios internos, e sombrios, que o silêncio fazia cada vez mais nele eu me afundar. Passado tanto tempo, a tristeza ainda vive em mim, no âmago, interiormente dela tento fugir, agora ela vem diferente, eu sei, além dela, cresci, hoje você pode se orgulhar da mulher que me tornei, sem lamentar outros vazios, por onde nunca mais passarei... Tudo passou, mas de você não esqueci, ainda consigo acordar encantada e ao mesmo tempo saudosa... pois olho ao redor e você nunca está! Às vezes ouço a voz que não é a sua, vejo um rosto que não é o seu, pronuncio seu nome e ninguém me responde, é delírio, sigo só, sem me confundir, não no amor, esse amor é um só, mas sei a vida continua... restaram os sonhos, a eles me apego.


Os meus sonhos são muito parecidos com os contos, são mesmo delírios das tristes inspirações, sem a sua essência sinto que nunca irei parar de sonhar, acordo triste, nem assim deixo de amar. A brisa que docemente invade a janela do meu quarto ainda de vez em quando vem soprar um dos poemas, que diz que é insubstituível. E a sua alma na minha, faz com que eu mentalmente desenhe cenas, crie palcos por onde nunca passaremos juntos, resta-me continuar sonhando, as suas letras dentro da minha alma vão se reafirmando, ainda guardo tudo, tudo o que copiosamente nas noites me escreveu, posso sim, colecionar restos de fantasias mortas, sei que de tudo não foi sonho somente, repaginando os nossos escritos, leio e releio cada frase, o amor faz inspirar mesmo nas palavras tristes, sigo sozinha, os caminhos que um dia você apontou, nunca seremos eu e você, disso estou ciente, sempre, sempre irei lhe amar, triste é saber que você de fato nunca, nunca nunca me amou.
 

Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 02/12/2024
Alterado em 02/12/2024
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.