Um Juiz
O futuro nublado do qual falava não era o seu,
só um sonho num tempo fechado, pensamentos
que não descansavam, parecendo tempestade.
O relógio sedento, penetrante pendurado, desses
feito o dono da parede, ficando lá, grudado.
Julgando o que a gente faz com a gente.
Que tolos ponteiros estes... estamos apressados
eles demoram a passar... tão maçante, e tanto!
Na longa espera, faz toda a vontade passar.
Quando queremos que ele atrase, ele corre feito
o vento sem que o possamos fazer parar!?
Pois que as nossas voltas ao sol, não sejam em vão.
A máquina que aflige, formata o tempo, e nos faz
pela vida, atentos passar. Olhar fixo na parede, pensa.
E o relógio, estático. Os ponteiros, esses não, justos
como um juiz que dá a sentença, sem um perdão.