Vida
Qual alma irá conseguir dizer o que de fato com toda intensidade sente, desconheço, porque as palavras perdem a essência, ficam suspensas, desejos sem páginas, num desencontro. No entanto ainda tento. Algumas estações, estacionei sem poder ficar, e sobre os ponteiros do tempo, parei, depois inquieta fui perdendo o rumo certo, sem aceitar, voando sobre as minhas próprias asas, no infinito da desilusão, atropelei-me. Driblei caminhos, por destinos que não quis encontrar...
Algo mais forte que a vontade que havia... sei, me fez calar. Às vezes os ventos passam e vão distraindo o meu pensar, sentir um jeito diferente a vida, não desarma as angústias, a existência seduz e por outra desanima, vem colocar na boca um sabor amargo, implícito é sobreviver, o que nos devolve o sorriso, a alma deixa acontecer.
Escutar a voz do tempo, faz despertar essa vontade de vida, não, não é fuga, é ela e o seu pulsar! Amanhecemos contando as gotas de chuva que fortemente são deixadas na vidraça a sua marca... abrir a janela e sentir o cheiro que vem lá de fora, sentir a chuva no rosto, faz com que celebremos, mesmo sem podermos dizer o que sentimos, persistimos em sonhar.