A voz do amor
Queria ouvir uma canção suave, que não falasse de dor... Esquecida da tristeza, com palavras delicadas contando dos sonhos impossíveis, ah meu coração viajante estou contigo sem mesmo saber por onde vou.
Sei o que me acalmaria numa manhã reconfortante de sol e de brisa que não me fizesse ir a lugar nenhum, feito ilusão que voa sozinha... A areia molhada na beira da praia, calmamente vou e volto brincando! As águas e as marés sorriem a me julgar, nesta doce loucura, no meu jeito estranho e inocente de amar!?
Cada pedrinha eu junto, eu conto, assim vou ganhando mais vida, adiante as dunas! Mais uma árvore... à sombra fico, observo um ninho... Observo alguns voos, com a mesma leveza que minha alma deixa o chão! Eles delicados, tão miudinhos, tão bonitinhos... que nome mais lindo e adequado, amo! Eles tinham mesmo que serem chamados de 'passarinhos.
Sigo um pouco mais, vejo flores rasteiras miúdas de todas as cores, agora o caminho é estreito, aspiro ainda com o cheiro de maresia! Ao passar por eles, eu com os meus pés descalços, a areia fina sinto. Eu voo e eles também voam!
Como a acariciar os meus pés que sob o solo... voltando às areias, sinto. Areia molhada, que guarda os meus sonhos, caminho gostoso sentindo a brisa, e os ventos que a ti me levam! e a canção! É a voz do amor que não se foi... de ainda poder ouvir também a tua voz que um dia me marcou, tenho a impressão. A tua lembrança e encanto será sempre o alimento das minhas fantasias de amor.