Almas e sonhos
A inesperada ventania leva para muito longe uma flor, numa graciosa manhã de brisa, subitamente foi arrastada, deixou o jardim, reclamando: _ Que malvada ventania! Agora, aos poucos, sei, do meu amor me perdi.
Enquanto todos os dias, incansável, insiste o seu beija-flor em encontrá-la... porque o pobrezinho perdeu a sua alegria, quando se foi a sua amada flor, ele busca o seu cheiro e o gosto pela vida que silenciosamente também perdeu.
O seu voo agora é raso e triste, naturalmente agitado, ele, nesse vai que sempre retorna, ele nunca desiste... Já aquela flor, em algum lugar reerguida, mas julgando-se só e esquecida, sonha com ele, está sem vida. Por outro beija-flor, ela não se encanta.
Separados, ambos sofrem de saudade, buscam reencontrar o brilho do olhar em cada amanhecer... uma alma de flor também guarda o seu sonho de amor e de esperança. Nesse dilema a dois à revelia do destino, todos os dias eles assistem o expirar do tempo, com a suas almas de sonhos sem amor.