Palavras... Mundo de ilusões, algumas perdidas.
Liduina do Nascimento
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Textos

 

 

Oceano de sonhos

 

 

Não ando falando sozinha, escrevendo sim, sou muito só! Escolhi assim... Penso muitas coisas, tudo o que os meus olhos veem a alma sai a descrever, quando a mente sonha se põe a correr... quando não digo nada, é mesmo para não ser ouvida, não tenho o desejo de ser nem compreendida, conversar não quero, apenas escrevo coisa da minha vida simples, das palavras simples como eu... Atravessei os mares da ilusão, nuvens delicadas toquei, me deparei com o arco-íris muitas vezes... Quanto ao amor, este não consegui alcançar, mas valeu porque assim foi que aprendi estranhamente a amar.

 

Senti o mais lindo dos sonhos me despertando na essência pura do que criei em meu mundo de fantasias, nunca me dei muito bem com a vida real, até tentei, e ainda tento, mas a alma depois que aprende a voar, não consegue mais voltar... Fugi e fujo das tristezas que já vivi, abraço os dias agora todos de um jeito diferente, não ponho de todo os meus pés do chão... e na vida desse jeito me aprofundei, voo na leveza das borboletas, até das que não guardei. Inspirar-se no nada, viver à toa... alimentar a ilusão sem me cansar, assim desprendi-me de um sonho que nunca irei realizar!

 

Do amor as melhores lembranças também guardei, as minhas luas já não divido, elas são imaginárias nas noites nubladas que a escondem de mim, a lua real, à sombra dela ainda me reporta para lugares desconhecidos e distantes... o que deles já desisti. Outro dia sem querer vi um risco dourado iluminando a noite, era a lua fininha e a sua fiel estrela brilhante a acompanhava desde o final do entardecer. E pensar que um dia acreditei que era um suposto amor apontando o meu destino, descobri que preciso mesmo que tarde, é crescer... a lua cheia, não me canso de ver.

 

Feito a lua em noites nubladas às vezes me escondo, num céu cinzento, que encobre os meus olhos a procurar quem não vem. A ave que habita em minha alma está sem rumo mas voa alto, pousa o seu amor perdido nos galhos altos que anoitecem esquecidos... E sonho, sonho ainda, despertando comigo uma mulher apesar de tudo destemida, atenta aos dissabores, feito sereia encantada, ouço uma doce canção, sei que o amor sempre será o meu abrigo. Sou uma ave invisível, que sabe nadar nas águas da ilusão, somente o meu olhar apaixonado consegue sobreviver a um sonho lindo tão perdido.

 

Uma folha em branco é sempre do que preciso, para que eu me sinta livre, escrevo para esquecer a gaiola que está sempre com as portas abertas a me esperar... Escrevo, porque num mundo lá fora posso tudo, condicionada, ao final do dia; Retornar...  Sou alguém em busca da paz, e vivo em paz, que busca a liberdade, e sou livre, aprisionada a um amor hoje desiludido.

 

Sou alguém que vive a realidade com o direito de ao menos continuar a sonhar... Retirando dos desertos da alma, nada quero mais lamentar, não deixo mais a tristeza apontar o meu caminho, sou a própria página em branco, todo dia invento uma história, sou aquela folha que voa e vai depois ao chão e vivo sem chão, sou simples pó pelos ares, sem às vezes fôlego ou respiração. 

 

Às vezes sou uma gota de esperança nesse torrão. Um dia o tempo me desfez, me amassou, foi quando o tempo quis mostrar que no mundo ah que nesse mundo não existe bons sentimentos, nesse mundo desumano, onde há egoísmo e desilusão. Eu que não rascunho versos, quero num só fôlego dizer dos tantos papéis que tive que representar, enquanto não podia ser eu mesma, consigo ainda as coisas da minha alma, algumas, revelar.

 

Num desses dias em que a chuva não é só uma chuva, um dia daqueles... Foi num dia assim que eu folha seca me tornei, a vida me pisou, me quebrou, caí, o solo veio em forma de anjo, que me acolheu. Esse anjo, me deu uma nova vida... com ele tudo se fez encanto e será para sempre assim, eu em sua vida e as nossas vidas num mar de amor infinito, mais forte do que tudo. E iremos navegando nesse oceano de sonhos, separadamente. Eu que era uma folha, seca, hoje sou a flor do meu próprio jardim, por vezes me solto dos galhos e vou por aí, mar céus e terra, ser livre é viver assim.

 

 

Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 11/06/2025
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