Versos presos
Asas transparentes, confusos voos - aonde vou... posso voltar?
- Inquietas vão-se com os ventos incertos, ignorando o cansaço
de ser, ventos que sopram alegria e com o balanço das folhas,
varrem desilusões, ah distração ao se encantar com as flores!
Flores...
Lindas, presas, como os versos que não querem sair, vivê-los?
_Queria, e senti-los... Contar do que assusta e que é tamanho!
Das saudades entranhadas, que chegam sem hora para partir,
palavras contidas, de um sentir tão sozinho.
Versos presos...
Calam-se por dentro, insistentes em permanecerem mudos,
cuidam das asas remendadas, vez por outra, outros voos ousarão.
Nem tão altos, nem rasteiros, num encontro verdadeiro...
Viagens reais queria!... grandes ilusões tendem à desapontar.
Liduina do Nascimento